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Seminário de Física

A Longitude do Mundo. Ciência ibérica e demarcações globais na Idade Moderna

José María Moreno Madrid “A Longitude do Mundo. Ciência ibérica e demarcações globais na Idade Moderna”

Na restrita ecúmena ptolemaica, os limites territoriais entre entidades geográfico-políticas podiam ser traçados de maneira aproximada, recorrendo a estimativas de distâncias absolutas ou relativas. Várias unidades de medida, inexactas e não-estandardizadas— como o pé, a vara, a légua, etc.—, serviam para este propósito. Tudo isto mudou nos finais do século XV, devido à eclosão da expansão oceânica ibérica. As navegações portuguesas e espanholas à América, à Índia e ao Sudeste Asiático revelaram uma escala do mundo que, para ser medida, precisava de outras ferramentas científicas e conceptuais. A demarcação dos impérios ibéricos—tanto na América, através do meridiano de Tordesilhas, como no Sudeste Asiático, através do chamado “antimeridiano”—enfatizavam a necessidade de tais ferramentas como nenhum outro acontecimento. Estas linhas não foram concebidas para delimitar “pequenos» territórios europeus”, mas a totalidade do orbe; por isso, recursos como contar léguas ou outras unidades de medida já não eram suficientes. O único parâmetro suficientemente eficiente para traçar um meridiano de repartição era a longitude, uma coordenada geográfica que, na verdade, mede intervalos de tempo. Calcular a longitude, porém, encerrava uma serie de dificuldades técnico-científicas que não tardaram em chamar a atenção dos homens de ciência mais conceituados da altura. O objectivo desta apresentação é explorar como o calculo da longitude se tornou a única operação solvente para delimitar os territórios ibéricos do ultramar, desencadeando no processo intensos debates científicos ao longo do continente europeu.

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
Auditório A, 29 February 2024, 14:00h
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